segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

"Por supuesto que o arroz empapou" e "essa vida de imigrante"

Como havia dito, cozinhei pela primeira vez - tirando miojo, ovo mexido e massa - na semana passada, quando me mudei. As primeiras vítimas foram fatias de filé de frango, mas, como isso não tem muito mistério, elas saíram ilesas. Quem ficou bem lesado mesmo foram os grãozinhos de arroz, que, coitados, acabaram completamente grudados - ideal para um sushi! - e viraram uma grande pasta branca.
Pois é, eu disse branca, o que significa que não eram integrais, como eu costumo comer em casa. Isso porque o arroz integral tá pelos olhos da cara por aqui, e eu, apertando o orçamento, já que ainda não consegui nenhum trabalho.
Hoje de manhã, aliás, fui até a polícia estrangeira tentar agilizar a retirada da carteira de residente que o governo dá a quem tem visto de estudante e com o qual nos é permitido trabalhar. Depois de duas filas, dois "lo siento (sinto muito)" e de olhar para os dezenas de imigrantes - indianos, chineses, latinos, europeus do leste e etc - e tentar imaginar o que os levou para a Espanha, saí de lá quase chorando. Fiquei angustiada por não estar trabalhando - acho que a escravidão do jornalismo me viciou em trabalho - com receio do dinheiro acabar e esse tipo de coisa.
Fiquei por alguns minutos brigando comigo mesmo, tentando barrar esse sentimento e pensando nos estudos, na cidade e etc enquanto caminhava pro metrô, num dia que estava indeciso como eu - não sabia se fazia sol ou se chovia.
Saí do metrô e, coincidência ou não, topei com um brasileiro que trabalha aqui pra ONU e está procurando um curso que a mesma área da minha. Conversamos sobre como ele também está adorando Madrid e fui almoçar no Maoz, uma rede de falafel e saladinhas muito boa (o que aliás, me dá o gancho para anunciar que vêm por aí sessões de fotos de comida, que eu adoro fazer!).
Depois de encher a pança, assistir a uma aula muito boa com um correspondente de guerra do El Mundo e ouvir as sábias palavras de mami, recarreguei o ânimo, e amanhã parto para a segunda batalha com o arroz (agora com dicas de mami) e com os entraves dessa vida de imigrante!

5 comentários:

Anônimo disse...

Um post só com título? Isso certamente é poesia concretista.
Quanto ao arroz, bem, a primeira vez não podia ser perfeita né? Se dê um desconto.
beijo,
marcelo

Unknown disse...

AI Luliii
soh pra registrar q estou mantendo contatoo akii viu
to adorando saber do seu dia a dia ahahha
bjoo primaa
saudadess

Fernanda disse...

luli, dois dedos de água acima do arroz e fica show!
antes refoga alho/e ou cebola, né? (mas isso vc deve estar fazendo)
ainda quero ver fotos de um arroz à piamonteise seu!!!
se quiser, te mando uma receita facílima depois.
beijocas!

Anônimo disse...

quanto ao arroz relaxe e deixe o seu DNA de cozinheira vir á tona, e ...aula com correspondente de guerra,"vai valer à pena"...

Anônimo disse...

quanto ao arroz relaxe e deixe o seu DNA de cozinheira vir á tona, e ...aula com correspondente de guerra,"vai valer à pena"...