terça-feira, 9 de junho de 2009

Eu, Luisa B., 26, jornalista, garçonete, estudante, dona de casa, assessora de imprensa de ONG, imigrante e candidata a doutoranda

Tá, todo mundo é um pouco de tudo na vida, mas acho que eu nunca tinha sido tanta coisa ao mesmo tempo. Me dei conta disso a caminho da aula numa tarde em que tava me sentindo meio tonta. No mesmo dia, contabilizava uma entrevista de (sub)emprego, outra para um estágio, uma pesquisa na biblioteca para um trabalho do master, uma entrevista (agora como entrevistadora) para uma reportagem e a entrega de uma documentação pra um programa de doutorado.
Por coincidência, ou não, topei nesse mesmo dia com um artigo do New York Times dizendo justamente como fazíamos tanta coisa que não prestávamos atenção verdadeiramente em nada. Pareceu um recado pra mim.
Agora explico um pouco o título: Depois de semanas distribuindo currículos pela cidade, comecei a trabalhar nos fins de semana num bar árabe(sim, eu já quebrei um copo), no maior estilo "mil e uma noites", com mesinhas e banquinhos baixos, luz fraca, música ambiente e muita narguila, aquele fumo árabe. A galera fica lá no maior relax, enquanto eu corro pra lá e pra cá até as 3h30, quando paro pra fazer a faxina final. Depois de uns 15 minutos de caminhada até o ponto de ônibus noturno e de um bom banho pra tirar o cheiro da narguila, eu caio dura na cama lá pras 6h!
Ao mesmo tempo, estamos na reta final das aulas do master, com entrega de trabalhos semanais. A partir de julho, entro na fase "prática", uma espécie de estágio que eu vou cumprir numa ONG de meio ambiente até o fim de julho, quando então finalizo o processo de inscrição pra um doutorado.
Isso tudo pra não falar de uma atividade que tem tomado muito o meu tempo: procurar passagens baratas nas companhias "low cost". Gente, é um vício, cada vez que você entra no site as passagens tão mais baratas. Hoje mesmo eu encontrei três por 1 euro. Sim, disse 1 euro.
Mas mesmo toda essa agenda de "compromissos" não faz frente a essa rotina louca de trabalho que temos no Brasil. Ainda consigo fazer almoço e comê-lo tranquilamente (lembre-se que estou no país da siesta), dar uma corrida de manhã e enrolar bastaaaante na cama. E quando estamos fora do prazo de entrega de trabalhos, ainda dá pra passear por aí e aproveitar as dezenas de opções culturais que rolam pelas ruas de Madrid. Seguem fotos das que eu fui esse domingo:


Estréia de um filme de Bollywood (a Hollywood da India) numa praça de Lavapiés, o bairro tradicional de imigrantes. Reparem na construção ao fundo.


Eu e Bia no Starbucks depois de uma "maratona" pela Photo España, uma mega exposição de fotos em vários museus e centros culturais da cidade.


Dança indiana na rua.

4 comentários:

Marcelo Alves disse...

Faltou só o blogueira. Vida dura hein? Pelo menos você deve ter acesso aos melhores kibes e esfihas de Madri. Afinal, trabalhar num bar árabe tem que ter lá suas vantagens.

Andre Kano disse...

deixa eu te contar da minha rotina e você vai achar que está de férias. Rs. Adoro saber que você está fazendo tanta coisa e descobrindo desafios de uma vida que são podia ter aqui com sua casa, sua vida, sua zona de conforto. Imagino que tanto esteja ficando pra trás. Tanto passado pra arquivar enquanto tanto te chama para um futuro mais pleno.

kitty disse...

ufa...quanta coisa! Já estou pensando em aposentar a Dida e aproveitar seus dotes culinários

Fernanda disse...

luli, querida, não imagino vc de garçonete com seu jeito todo calminha... rsrsrsrs
saudade de vc, querida!
e que história é essa de doutorado?
vai esticar a viagem???
depois me conta, hein?!