Foi difícil me despedir dos meus pais e irmã. Não por parte deles, que me apoiaram em cada minuto e cada etapa do planejamento para esta viagem. Mas por serem os meus maiores companheiros, por sermos tão unidos.
Por isso, e por toda a excitação e nervosismo que envolvem um embarque deste tipo, chorei como a filha caçula que sou ainda na fila do check in. Como sempre, eles me abraçaram e disseram palavras de apoio e incentivo.
Palavras que me empurram portão adentro. Empurrão que desengasgou a palavra que tanto havia ensaiado para dizer a mim mesma, destarte a insegurança de morar sozinha, o medo do frio, de perder as malas e o chão e o cansaço: iupiiiii!
Só fui freiada pela fila do embarque, que atrasou em uma hora. Nesta hora, que passei em pé, tentei me destrair com a massa prestes a viajar comigo: uma moça de Havaianas, outra de botas de cano alto, um brasileiro que mora em Israel e tirava fotos da mulher e da filha como se o cenário - a fila - fosse uma paisagem. Para eles devia ser, porque se tratava, explicava a mulher, da primeira viagem da filha.
Uma passageira atrás dela contava como havia deixado a filha no Brasil para só vê-la nos próximos seis meses quando a amiga lhe informou que "ela já está em casa vendo a novela".
Daí que foi inevitável eu pensar comigo mesma que parte de mim gostaria muito de estar em casa agora vendo novela. Mas esse pensamento novamente esbarrou na muralha construída pelas palavras ditas pouco antes pela minha mãe, quando lhe telefonei da fila: "minha filha, um novo mundo está se abrindo pra você".
domingo, 18 de janeiro de 2009
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2 comentários:
Mamãe sempre sábia. Que mané ver novela. Como diria Leonidas em "300", "A new world has began"
po, o último capítulo da favorita foi caído...
vc tá melhor aí em madrid. :P
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