Sinto que aos poucos vou perdendo o olhar do estrangeiro, aquele que enxerga em uma cidade o que os nativos já não conseguem perceber nela. Essa foi a sensação que eu tive ao refletir sobre o meu primeiro mês aqui, completos hoje!
Percebi isso ao lembrar das impressões na primeira semana - foi preciso dividi-las em cinco posts!
Mas tenho tentando praticar esse olhar mais lento (o que pra mim não é difícil!), do flaneur, que repara nos movimentos, nos prédios, nas pessoas. Até porque não gosto de perder o "olhar do estrangeiro" nem na minha própria cidade.
E acho que fiz esse exercício neste fim de semana: no domingo, depois de uma visita à exposição da Tarsila do Amaral em cartaz aqui em Madrid, fui com a Paz, uma das minhas companheiras de apartamento, para a Plaza Mayor, a principal de Madrid, onde nos estiramos no chão e comemos um delicioso bocadillo de calamares (em bom português: sanduíche de anéis lula a milanesa. hmmmmmmmm!).
Ficamos por ali um bom tempo conversando sobre a arte brasileira, pela qual a Paz é apaixonada, e aproveitando o quarto belo dia de sol consecutivo.
Depois, caminhamos até o Palácio Real, parando em frente à prédios com arquiteturas bem particulares, ruas charmosas, jardins e etc, até chegar de volta ao nosso prédio, por volta das 17h30.
Já no sábado coloquei pela primeira vez um "outfit" de esporte e fui caminhar pelo bairro, aproveitando também para conhecê-lo melhor. E, de noite, depois de bailar salsa num bar cubano, conheci a explosão de gente na noite em Madrid: o metrô por volta da meia-noite lembra o de São Paulo na hora do rush, e, às 4h30, o terminal de ônibus noturnos (o metrô não funciona de madrugada) mais parece a Leopoldina nas sextas-feiras.
Ok, estou exagerando, mas isso mostra que ainda não perdi o tal olhar do estrangeiro!
Ah, e segue uma foto pra dar uma ilustrada neste espaço:
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
8 comentários:
Ah... Essa Paz estrangeira!
Lula?!!! Argh!!! Isso não deve ter descido bem. Tá certo. Você foi a uma exposição da Tarsila, conversou com a Paz sobre a arte brasileira, citou São Paulo e a Leopoldina, enfim, o Brasil esteve presente neste dia. Mas daí a comer Lula não dá. Isso deve dar uma azia danada.
Agora, você já reparou que em meio aos rostos de felicidade, o sanduíche a mostra, a simpática arquitetura e o clima ameno lá ao fundo na sua foto, tem uma mulher pagando cofrinho? Que situação hein?. O primeiro cofrinho espanhol a gente não esquece.
Luli, mui legal o post...
Marcelo, cê num tem jeito, eu nem tinha reparado no 'cofre', cê é maníaco, menino, maníaco...
linda foto!
sanduíche com cara de bom.... :)
Você tem uma amiga chamada Paz!!
Que incrível esse diáro on-line! Adorei os quase 15 minutos de fama madrilenhos!Ri muito! Muito doce e delicado o seu blog, ele está "a sua cara"! Lendo os posts, pareço conversar com você! Vou voltar sempre!
luli, acabei de reviver madrid através do seu maravilhoso blog voce é um talento estou muito orgulhosa de voce te amo ylale
Cara, um ponto mto positivo dos espanhóis é que eles odeiam ficar em casa, principalmente a noite. Então é ótimo sair às ruas e ver as pessoas. E adoro a noite madrileña, principalmente em Malasaña (não sei mais se é assim que se escreve).
Beijos
Postar um comentário