Há duas semanas, aterrissei no Rio depois de exato um ano desde a última vez que estive por aqui. Desembarquei 16 de novembro, o mesmo dia em que, no ano passado, parti novamente pra Espanha rumo a uma segunda edição da minha estadia por lá.
Depois de um inverno que durou quase seis meses, de muito trabalho e muito estudo mas também de muitas viagens, muitas visitas e muitos novos amigos em Madri, vim fazer um pit stop estilo Rubinho (beeem demorado) na minha terra.
Uma das (únicas) coisas legais de ficar um ano fora da cidade que se viveu toda a vida é começar a notar como ela está em constante transformação. Desta vez, reparei mudanças que vão desde "novas" palavras como UPP e "DR" (Unidade de Policiamento Pacificadora e Discussão de Relação, para os analfabetos do dicionário carioca contemporâneo) às regras atuais que as meninas da zona sul temos que seguir, como pintar unhas de azul-piscina e rosa, fazer luzes californianas e achar barato um vestido de R$ 200.
Mas acho que o que mais dá prazer nesta minha fase atual de revezamento entre Rio e Madri é aproveitar tudo em dobro nas duas cidades. Não consigo até agora - nem acho que um dia conseguirei - descrever a ansiedade que me fez quase explodir quando literalmente corria pelos corredores do aeroporto do Rio em direção ao portão onde me recepcionavam meus pais (que, by the way, parecem que ficaram um ano mais novos!), minha vó e minha irmã. E menos ainda a plenitude de abraçá-los. Nem a alegria de chegar em casa e encontrar minhas amigas me esperando para um lanche com requeijão e mate. Nem a emoção de encontrar cada amigo e a família aos poucos, desde uma mega-reunião na praia do Leblon a esbarrões casuais na padaria. Nem o prazer de dormir na minha cama como uma princesa, de sentir o ar do Jardim Botânico entrar na minha janela a cada manhã, de nadar e me deixar absorver pelas águas cristalinas do Arpoador e até do calor sufocante que senti nesta tarde quando voltava de ônibus do Centro.
Da mesma maneira que me faltam palavras para registrar a emoção que senti no dia em que desci do metrô em Madri no fim do ano passado, quando me lancei numa nova jornada nessa cidade, que agora já conhecia, da qual já era parte de alguma forma.
Claro que há sempre dúvidas, incertezas e outras coisas chatas, mas como escrevi no ano passado, sigo com a sensação maravilhosa dar passos sobre um caminho que, embora não tenha um destino bem delimitado, é feito por mim, de perceber que, realmente, "o que a vida quer da gente é coragem". O resto vem no pacote.
domingo, 14 de novembro de 2010
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