Caminhamos juntos, eu e ele, por um bom tempo, e por bom não quero dizer nem menos de um ano nem mais de dois. De mãos dadas, adentramos várias portas, a maioria das quais não cabe dizer aqui, mas digo aos sete ventos que sim, só adentramos lá um por causa do outro. Ou talvez por nós. Nós sabíamos o que queríamos. Pelo menos na época, sabíamos. O que um falava ecoava no outro. O que um sentia, sentia o outro. Vivam os dois, no mesmo ritmo, lado a lado. Não havia planos, havia dúvidas, mas também esperança.
Hoje, há lembrança
Pura, como daquele ontem da seda da dúzia de rosas enxugando as lágrimas da derrota de uma batalha, que se mostrou pequenina, ínfima diante do mar de possibilidades que um acreditava haver no outro. Também das mútuas vibrações com cada passo conquistado, cada pequena vitória, que se mostraram grandes, nobres diante do brilho orgulhoso do olhar daquele outro, que hora era eu, hora ele, e, deste jeito, era nós, no nosso jeito.
Hoje, há certeza
Que este um e este outro hoje assim se sabem pelo tempo em que foram nós. Hoje estão aqui, neste começo-aqui, porque um disse ao outro, e vice-versa: ali é teu lugar. E foi por acreditar um no outro que seus caminhos se fizeram paralelos, embora aqui e ali se acenem e se olhem com a tenra alegria de terem, em si, uma história.
Embora seja grata por ele, a ele não quero agradecer. A nós, sim, meu muito obrigada.